O dólar disparava frente ao real nesta sexta-feira, ficando a apenas 1,5% da máxima histórica de fechamento registrada em setembro de 2018, com as operações domésticas afetadas pelo cenário externo arisco e adicionalmente por ruídos em torno da reforma da Previdência. (Foto ilustração)
O salto da cotação do dólar, que fez a moeda rapidamente deixar para trás níveis de resistência técnica, começa a levantar no mercado discussões sobre se o Banco Central deveria ser mais agressivo no mercado de câmbio a fim de conter distorções, uma vez que o real mais uma vez é a divisa de pior desempenho global nesta sessão.
Entre as distorções, a taxa do casado (cupom cambial de curtíssimo prazo) voava para 6%, contra patamares mais usuais em torno de 2,5%. É justamente para aliviar essa taxa --vista como juro em dólar e termômetro da percepção de liquidez no mercado à vista-- que o BC começou a fazer leilões de venda direta de dólares no mercado à vista, depois de uma década sem recorrer a essa modalidade.
"Não me surpreenderia se no fim da sessão de hoje o BC anunciasse um reforço desses volumes", disse Thiago Silencio, operador de câmbio da CM Capital Markets, acrescentando que o mercado também reagia ao risco de eventuais barreiras comerciais aos produtos agrícolas brasileiros na esteira da repercussão das queimadas na Amazônia.
Silencio lembrou, contudo, que o mercado já se encontra na última semana do mês, geralmente marcada por mais volatilidade e distorções nas taxas de cupom cambial. (Reuters)
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