Apesar de todo conflito de interesses sobre o Shopping Popular de Feira de Santana, uma coisa tem que ser observada. A sua criação, em 2014, através do “Pacto de Feira”, entidade que congrega 21 instituições, foi em razão da existência dos camelôs no centro da cidade. E essa premissa tem que ser considerada em qualquer discussão. Os camelôs são, sim, os atores principais desse projeto comercial e ele deve ter condições de funcionamento com esses 1,8 mil comerciantes da informalidade, dados constatados pela secretaria responsável. Sem os camelôs não haveria participação da Prefeitura de Feira de Santana, com doação de uma área – e que área! Mais R$ 13 milhões para a construção desse empreendimento. Pensar em fazer Shopping Popular dando os mesmos privilégios dos camelôs aos possíveis empresários que venham para o espaço é injusto e desigual, já que por princípio a ideia era atender uma questão social e de organização do centro comercial urbano. O Shopping Popular, que visa tirar a informalidade do centro da cidade e, claro, tem seus custos, não pode virar um grupo de elite comercial e sem fim social. Ou seja, perder as suas características. Quando nada é o que foi divulgado anos atrás.
Jair Onofre
|